O que fica de abraços prestes a serem extintos


O que fica de abraços prestes a serem extintos, 2022
Réplicas em gesso perfumado de troncos da Mata Atlântica, releituras olfativas de quatro espécies nativas de orquídeas ameaçadas de extinção (Cattleya labiata, Miltonia regnellii, Cattleya aclandiae, Zygopetalum crinitum), captadas por meio da tecnologia headspace (Scent Trek).
Vista da exposição: Galeria Ibirapitanga e Museu da Casa Brasileira - São Paulo, Brasil

A Mata Atlântica é um dos biomas mais biodiverso do mundo. Entre suas muitas formas de vida, destacam-se as epífitas: plantas que crescem sobre outras sem prejudicá-las, como as orquídeas que se agarram a troncos e galhos em busca de luz e umidade.
Desde o início da colonização, esse bioma tem sofrido uma devastação contínua. Hoje, restam apenas 12,4% de sua cobertura original, e inúmeras espécies já desapareceram ou estão em risco iminente de extinção.
Nesta obra apresentada no Museu da Casa Brasileira, a artista e pesquisadora olfativa Karola Braga propõe uma experiência sensorial que convida à reflexão sobre a preservação ambiental. Através de fragrâncias cuidadosamente captadas, somos apresentados ao cheiro de quatro orquídeas nativas da Mata Atlântica em risco de extinção: Cattleya labiata, Miltonia regnellii, Cattleya aclandiae e Zygopetalum crinitum.
Durante expedições em áreas remanescentes da Mata Atlântica, utilizou-se a tecnologia do Scent Trek (headspace), técnica da perfumaria que captura os aromas naturais sem danificar o ambiente, para registrar os perfumes autênticos dessas espécies. O resultado é uma obra que torna visível o invisível: a presença ameaçada de uma natureza que ainda resiste.



